A Parábola da Ovelha Perdida, é a vigésima quinta parábola, das trinta e uma proferidas por Jesus - Lucas 15:1-7
Esta
parábola engloba dois sujeitos. Primeiro, a ovelha, depois o pastor. A
ovelha perdida refere-se àquela pessoa que estava aos cuidados de um
pastor, era membro de uma igreja, estava ligada a um rebanho do Senhor e
em determinado momento desgarrou-se. Não se trata daquela pessoa que
vai para longe do redil, como o filho pródigo. É alguém que está por
perto.
O
pastor, refere-se ao ministério que Deus confiou a alguns homens, cuja
responsabilidade é de apresentar ao "dono da obra" - ao Senhor, o Sumo
Pastor, tanto as ovelhas que lhe foram confiadas, quanto aquelas que
porventura venham nascer como produto do seu trabalho.
Os
publicanos e pecadores, citados no versículo um que íam ao encontro de
Jesus e que no versículo dois são alvo de discriminação dos fariseus e
escribas, eram as ovelhas perdidas da casa de Israel. Na condição de
condutores espirituais de seus dias, os fariseus tratavam as ovelhas que
se desgarravam por algum motivo, como indignas de voltarem ao aprisco.
Fechavam a elas as portas do Reino dos céus - Mt 23:13. Naquele momento, estavam reunidos no mesmo lugar, as ovelhas perdidas
e os pastores, mas eles não enxergavam-nas como ovelhas perdidas. A
atenção deles havia se desviado para outras questões que julgavam mais
interessante. As ovelhas estavam ansiosas para retornarem, desejosas de
comerem em pastos verdejantes destinados ao rebanho do Senhor. Elas
estavam sequiosas, cheias de carrapicho, atormentadas pelos insetos em
suas narinas... Mas os "pastores" tinham questões mais urgentes para
cuidarem. Eles havam alcançado um patamar no qual não lhes era mais
conveniente tirar espinhos das patinhas de ovelhas desobedientes...
O
olhar de Jesus ía além daqueles limites ali. Ele via os pastores de
todas as épocas, representados nas figuras emblemáticas que estavam
diante de si. Quando Jesus convoca a Pedro, depois da ressurreição, Ele
disse, por três vezes e em tom bastante comprometedor: "Apascenta as
minhas ovelhas". Jesus sabe o quanto algumas ovelhas são problemáticas,
mas Ele deseja, de coração, que suas ovelhas sejam apascentadas. No
capítulo 10 de João Jesus havia dito que tinha outras ovelhas que não
eram "deste aprisco", mas que convinha agregá-las. Disse ainda que para
elas haveria um redil e haveria um pastor.
Ser
pastor é uma santa convocação. É uma sublime e importante tarefa dentro
do Plano de Salvação elaborado por Deus, antes da fundação do mundo.
Quem critica a figura do pastor, não compreende a obra de Deus. Jesus é
pastor. Ser pastor é ser um representante dEle na execução de Seu
projeto.
Vivemos
em dias tão difícieis, em que por um lado algumas pessoas não querem
ser ovelhas. Por outro lado, pastores fazem mal uso do cajado que lhes
foi confiado. Tanto um como outro estão errados. Todo crente precisa ser
ovelha e, portanto, precisa ser pastoreado. E, todo pastor precisa
compreender a importância de seu serviço e fazê-lo com muito zelo, como
quem haverá de prestar contas diante dAquele que deu a Sua vida pelas
ovelhas.
Nesta
parábola, o pastor não é um executivo da obra de Deus. Não é alguém que
se ocupa em atividades paralelas e delega a outrem a sua
responsabilidade. O pastor passa o dia com as ovelhas, ele mesmo as
recolhe ao aprisco e, na eventual falta de alguma ovelha, ele sai,
pessoalmente à procura dela.
Um
outro detalhe desta parábola que é muito importante de ser observado é o
fato de cada rebanho ter cem ovelhas. Um pastor que tem mil ovelhas,
certamente não terá como acompanhar o desempenho e a situação em que
cada uma se encontra. Se cada grupo de cem tivesse um pastor e cada
pastor fosse comprometido com o seu rebanho, o Reino de Deus seria muito
maior e um número cada vez maior de ovelhas teria o cuidado que precisa
ter. Sem contar que se assim fosse, os pastores não teriam a "posição"
de destaque que alguns alcançam e em função disto se julgam os "donos"
da obra. Cada um seria apenas um pastor e como o interesse seria apenas o
Reino de Deus, não haveria alguns mais poderosos que outros... Então,
cada pastor, ao recolher dos "buracos da vida" uma ovelha perdida,
chamaria os outros para se alegrarem com ele. Hoje em dia, um pastor só
chama o outro, para comemorar seu aniversário... As ovelhas que se
cuidem, ou, que "cuidem de nós"!
Fonte:http://www.sandovaljuliano.com.br/
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