domingo, 1 de maio de 2011

O PECADO POR UM "CLICK"


Vivemos hoje um momento desafiador para a igreja de Cristo, pois, o pecado, enquanto ato de desobediência a Deus e segundo Langston um “estado mal da alma ou da personalidade”, tem assumido hoje uma performance, sutil, criteriosa, inteligente e maligna para se consolidar na vida do ser humano. A estratégia que esse novo modelo de mundo (pós – modernidade) tem utilizado para o pecado é o chamado mundo virtual, vale dizer á Rede Mundial de Computadores que é hoje uma das formas mais seguras e discretas de pecar, pois é apenas virtual, subjetivo, ausente do fato concreto, em outras palavras não tem valor moral ou muito menos espiritual.
Definir pecado não tem sido fácil diante do mundo pós – moderno, para este movimento a palavra “pecado” é apenas mais um termo de religiosidade e interesses protecionistas de uma dada religião; este entendimento da filosofia pós – moderna que se espalha como uma epidemia na sociedade, tem se tornado um paradigma em quase todas as camadas sociais, atingindo até mesmo grande parte das igrejas que tem perdida a identidade bíblica e ido para uma comunidade bipolarizada, vale dizer, a igreja da cura e da riqueza, que não combate mais o pecado e não prega mais o valor da Cruz e de uma vida comprometida com Reino de Deus. Quando se pensa no termo “pós-modernidade” analisa-se o fator relatividade de valores morais, frases como: “o que é pecado para você não é necessariamente pecado para mim”. Ou: “o que importa é a minha consciência com relação as minhas atitudes”. Fazem parte desse movimento.
 A História da humanidade passou e tem passado por varias fases que delineiam os valores morais e sociais do homem. Na Idade média, por exemplo, a ênfase era para uma religiosidade fria e dogmática, já na idade moderna a ênfase era para uma filosofia humanística que colocava em foco a descoberta do novo, era uma ruptura cabal  com  preceitos religiosos, isso perdurou até o termino da segunda grande Guerra Mundial que acabou em  1945, a partir desse  momento surge a idéia de uma sociedade sem dogmas, decretos e ideologias fechadas. Surge uma sociedade em que os ideais são ausentes de sistemas, doutrinas, princípios unilaterais e submissões a quem quer que seja, coloca-se como ponto de partida uma mentalidade que não estar responsável de se comprometer com valores éticos e religiosos.
É exatamente nesse olhar holística de uma humanidade que não acredita mais na esperança religiosa e muito menos nos ideais antropocêntricos e moralistas que surge a pós – modernidade com a sua idéia de existencialismo hedonista, isto é, o mais importante é o “meu prazer, minha felicidade minha própria existência”. O pecado é uma questão de estado experimental e não de princípios sistemáticos e fundamentados em corpos doutrinários fechados e absolutos. Esse pensamento é fundamentado nos modismos apregoados por meios tecnológicos e atrativos, através da chamada Terceira Revolução Industrial, que envolve a cibernética e robótica. Esses recursos tecnológicos permitem que idéias retrógradas sejam facilmente divulgadas e absorvidas.
Existem várias fontes geradoras de conflitos na alma: a própria natureza humana, que segundo a Bíblia, nasceu com o pecado adâmico; a sociedade, com seus recursos tecnocráticos e satanás, como ser espiritual que se aproveita das fragilidades humanas para consolidar crises existenciais. Entendemos que a primeira fonte é mais forte e quase que incontrolável, entretanto, satanás, articula de maneira inteligente a consolidação do pecado, tanto pela primeira fonte (quando há ausência de Deus), como pela segunda (em um mundo dominado por um Estado capitalista), para concretizar seus intentos diabólicos para descaracterizar e corromper a igreja do Senhor Jesus e os ensinamentos da Bíblia Sagrada.
Nesse mundo pós – moderno em que o pecado é apenas uma questão de consciência existem vários métodos para consumar um ato pecaminoso, existem, por exemplo, pecados  objetivos e os subjetivos. O primeiro é o que é visto por todos, pois nesse tipo de pecado a conduta é evidenciada no mundo concreto em que envolve pessoas reais; o segundo é subjetivo, ele é vivido no imaginário no mundo das emoções, guardado no coração de não poucos cristãos, é como um câncer que cresce sutilmente no meio da família e da igreja, comprometendo assim sua natureza, missão e sociedade paradigmática. Esse tipo de pecado tem descaracterizado ministérios e fragmentado famílias em toda a parte do planeta.  
Dentre os vários recursos utilizados pelo homem nesse século de revolução tecnológica a que satanás mais tem usado para desfigurar e escravizar a muitos cristãos é a Internet. A Internet começa na década de 60 como estratégia militar norte americana, chegando também as universidades somente nos anos 80 e apenas em 94 chegou ao Brasil, hoje existem no Brasil 34 milhões de internautas e esse numero tem crescido grandemente,  de fato, a rede de computadores é uma ferramenta poderosa para informações, relacionamentos, transações comerciais, enfim, facilitou muito a vida em sociedade, entretanto, trouxe sérios problemas de ordem emocional, psíquica e espiritual.
Hoje, segundo especialistas 70% dos sites da internet é composto de pornografia, vale ressaltar que tem sido um comércio em crescimento galopante da rede global, paga-se, por um prazer virtual, mas que, envolve o corpo, a alma e o espírito da pessoa e que em não poucos casos se transforma em uma ação concreta. A grande vantagem dessa metodologia pecaminosa é que os envolvidos no processo são duas pessoas que são mediadas por um computador e uma rede de internet. Existem basicamente duas formas de se consolidar o pecado virtual: acesso a sites pornográficos e as chamadas salas de bate papo.
Muitos sites pornográficos exigem o pagamento para a sua utilização e até mesmo marca encontros libidinosos a sete chaves, para poupar a reputação do internauta, é um comércio de prostituição tecnológico altamente eficaz e eficiente. O outro aspecto são as chamadas salas de bate papo, em que os internautas utilizam para criarem  redes de relacionamentos virtuais; neste sentido muitos cristão se envolvem em relacionamentos perigosos e arriscados; nem sempre a pessoa que se diz ser Pedro ou Maria, as são de fato, as vezes é um pedófilo ou assassino disfarçado de um boa pessoa; um outro aspecto dessas salas de bate papo é o João (cristão), dizer que é o José, o cara bonito, inteligente, corpo atlético e “pegador” que seduz adolescentes em crise existencial, mulheres casadas carentes (vale dizer existem muitas em nossas igrejas) frustradas com sua vida sexual e afetiva e mulheres solteiras que procuram na net sua “alma gêmea”.
O pecado estar por um click, é apenas um movimento, entre seus olhos e os seus dedos para entrar em um mudo pecaminoso, perigoso, fantasticamente cheio de luzes,  som, sensações hedônicas e o melhor, ninguém sabe o que faço e ninguém sabe quem sou eu. Estou protegido. “Minha reputação, família, prestígios social e eclesiástico estão em um lugar seguro.” Pensam os internautas habituais nessas praticas. Mas e suas emoções? Seu coração? Seus sonhos? Sua Vida? Sua Família? E Deus? Seu ministério? Seus projetos? Onde entram neste processo?
A Bíblia, que segundo, Dr. Matin Lloide-Jones é o único meio para avivamento e mudança de caráter diz: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7). Vale dizer, grande parte de nossas crises nascem de nossas atitudes e são essas que de forma direta indicam nossas conquistas.  O certo que somos frutos de nossos hábitos e sofremos em função deles, sejam eles objetivos (as pessoas são testemunhas), sejam eles subjetivos (Deus e eu somos testemunhas).  Pense nisso!
Cláudio Guida
Pastor, Teólogo, Historiador,
Bacharel em Direito,
Mestre e Doutorando Educação



Agradecimentos ao meu professor do curso de Teologia  Cláudio Guida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário